Interacção a distância - Slideshare
Várias perspectivas sobre o papel do professor
Tem-se assistido a um aumento de interesse em compreender-se o papel interactivo do professor a distância e qual a sua contribuição para aumentar os aspectos cognitivos em situações de aprendizagem. Os alunos no ensino a distância podem dispensar o professor?
Harasim (1999) define «a aprendizagem colaborativa online como um processo interactivo de construção do conhecimento de grupo, no qual os estudantes participam activamente e em que o instrutor monitoriza, facilita a interacção e avalia o processo».
Há uma correlação entre as interacções sociais dos professores e as intervenções na assistência à aprendizagem para uma melhor compreensão dos aprendentes relativamente aos conteúdos. A importância do papel do professor é enfatizada no apoio aos aspectos afectivos e sociais, para estes não correrem o risco de desaparecerem no ambiente de aprendizagem a distância .
Offir e Lev (2000), defendem um modelo da participação dos professores que é baseado na dimensão social (motivação e criação de um ambiente afectivo), dimensão processual (aspectos técnicos e administrativos), dimensão expositiva (apresentação dos conteúdos), dimensão explicativa (questão iniciada pelo aluno para explicar conteúdos), dimensão cognitiva (tarefas que exigem a participação dos aprendentes da informação recebida) e interacções na assistência à aprendizagem para facilitar a memorização do aprendente.
Goodyear (2001) refere que o professor é facilitador das tarefas, conselheiro, que ajuda o aprendente a dar o seu melhor, assessor porque dá feedback e valida os trabalhos dos alunos, é investigador porque se preocupa com novos conhecimentos relevantes para o ensino, é facilitador dos conteúdos, ajuda a fazer escolhas tecnológicas que melhorem o ambiente disponível para os alunos e é designer porque desenha as tarefas de aprendizagem a distância.
Para Anderson (2001) o papel do professor liga-se à concepção e organização educacional, ao de facilitador da conversação e discussão; à instrução directa dos conteúdos e questões para confirmar a aprendizagem através da avaliação.
Há uma relação nas abordagens, no que respeita à acção e relevância o professor. O que se pretende realçar é que o professor é mediador do aluno, como indivíduo e da turma, como um todo assim como dos conteúdos. O professor facilita ou modera uma discussão online e responde individualmente ou à turma. Participa nos fóruns e interage com os alunos. A sua visibilidade e proximidade parece ter um grande impacto na aprendizagem do aluno.
Ensino e Aprendizagem online
A presente pesquisa fornece uma perspectiva sobre o ensino/aprendizagem online e uma tentativa de compreender a forma como os aprendentes se relacionam nas aulas de educação a distância. O ambiente online é uma extensão do ensino a distância e a aprendizagem é síncrona, ou seja, estudantes e aprendentes estão juntos temporalmente, embora afastados pelo espaço geográfico. No ensino a distância, professores e aprendentes, separados em termos temporais e espaciais, estão juntos e interligados com as tecnologias de comunicação e informação. No entanto, configura-se uma distância transaccional que deve ser gerida pelos professores e alunos.
Moore (1980) definiu distância transaccional como função do diálogo e da estrutura. Quanto maior for o diálogo entre professor e aprendente, menor a distância transaccional. Quanto menor o controlo e o envolvimento do estudante nos conteúdos, maior a distância transaccional. Se não existe discussão/interacção entre professor/aprendentes ou entre aprendentes/aprendentes, mais longa é a distância transaccional.
Moore e Kearsley (1996) ao modelo da teoria da distância transaccional, acrescentaram um terceiro factor, a autonomia do estudante, como nível de controlo sobre a sua própria aprendizagem. A distância transaccional é por natureza, pedagógica e engloba e distância dialógica, emocional e psicológica. Numa articulação destes factores e para lidar com a distância, o aprendente deve adquirir competências e auto-conceito positivo e confiança académicos - Gibson (1996) - orientados e apoiados pelo professor, e-moderador, facilitador e mediador na aprendizagem sócio e cognitiva.
O diálogo online conduz à compreensão do estudante através da interacção aluno - aluno, aluno - conteúdo, aluno – instrutor, aluno – interface, sugeridas por Moore (1989) e a construção do conhecimento do modelo de Gunawardena (1998) que privilegia a partilha de informação, a exploração, a comparação/dissonância de ideias e conceitos, a negociação, numa co-construção e aplicação de significados, complementarizou-se com o desenvolvimento do modelo de Salmon (2000), segundo o qual a participação dos estudantes em ambiente online é feito pelo acesso e motivação, socialização, troca cognitiva, na construção e desenvolvimento do conhecimento.
Swan (2001) refere que o desenho da interface, links para a Web, ou o tamanho da turma não interferem significativamente com a aprendizagem. A participação e interacção entre aprendentes num intercâmbio social é o que permite a construção do conhecimento, com base na negociação de um significado.As correlações entre «a estrutura clara e consistente, um professor que interage com frequência e construtivamente com os estudantes, e uma discussão com valor e dinâmica» são essenciais para a consistência dos resultados e sucesso da aprendizagem online.
O conceito da presença social prende-se com os diferentes meios e o grau de intimidade e proximidade, que determinam as interacções dos participantes, no ensino a distância. Rourke e al (1999) definem presença social como «a habilidade dos alunos para se projectarem social e efectivamente numa sociedade de inquirição» e a presença social em três categorias: afectiva, interactiva e coesiva permitem medir o grau de satisfação dos aprendentes e o impacto que as interacções produzem na presença cognitiva, segundo Garrison et al (2001), bem como as possibilidades de descoberta e sentido de pertença que a interacção traz, em cursos a distância.
Tecnologia para a vida ou a vida pela tecnologia
A tecnologia como sinónimo de expansão do conhecimento e desenvolvimento pessoal perfila-se como inatíngivel para muitos.
A sociedade do futuro está a ser moldada
“Se a actividade de ensinar se centra no desconhecido, é possível postular , ao contrário,que o aprender tem por enfoque o desconhecido (…). A aprendizagem ocorre num mundo emerso num oceano da informação, da comunicação e dos computadores (…) saciando a mente mais curiosa e a necessidade de informação mais especializada através de enormes bibliotecas multimédia colocadas à disposição do utilizador (…).
“As grandes redes temáticas como a Internet aproximam os investigadores entre si e eliminam distâncias geográficas no diálogo científico – a mobilidade física vê-se substituída pela mobilidade virtual”
Roberto Carneiro, em Fundamentos da Educação e da Aprendizagem, 21 ensaios para o século 21,pág 122
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Tecnologia Educacional
A humanidade entrou na era da comunicação universal devido ao avanço tecnológico.
“Rumble (2001) caracteriza a história recente de educação à distância como uma evolução de uma forma modernista de educação para um fenómeno que se enquadra com o desenvolvimento pós-modernista como o consumismo, a emergência da organização pós-burocrática e da globalização” – Raven M. Wallace (2003).